quarta-feira, 12 de maio de 2010
Gestão Empresarial
Abre a porta.
Entra.
Fecha a porta.
Senta-se.
Me olha nos olhos.
Digo: E ai?
Não responde.
Abre a boca, mas não sai som.
Seu lábios estão rachados.
Fecha a boca.
Abre a boca.
Gagueja.
Desvia o olhar e diz: Ah... bom...
Fecha a boca.
Levanto e fico de joelhos na mesa.
Seu rosto está na altura do meu falo.
Digo: Bom é isso.
Soco na cara.
Ele cai pra tras na cadeira.
Estou pesado. Estou gordo.
A mesa de vidro não aguenta.
Cede.
Eu caio em cima dos pedaços. Era vidro temperado.
Ruim pra mim.
Meus braços estão cortados.
Um dos cacos está enterrado no meu pulso.
Enterrado tão fundo que quase transpassa.
Ele me olha assustado. Olhos arregalados.
Os olhos vão cerrando. Não está mais assustado.
Continua me olhando. Olhos semi-serrados.
De ódio.
Ele me odeia.
Todos me odeiam.
E eu amo todos.
Amo incondicionalmente. Amo a vida.
A vida não me ama mais. Nunca amou.
Ela quer me deixar. Ele também.
Ele sai da sala. É ele que tranca a porta.
Mas é a vida que joga a chave fora.
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